Nesse ano, assistimos duas grandes séries televisivas chegarem ao fim: Succession e The Crown. A primeira aborda a família Roy, dona de um vasto conglomerado de mídia e entretenimento – que estende desde cruzeiros marítimos, canais televisivos, parques de diversões e por aí vai – na quase impossível decisão de sucessão do patriarca no comando de todo o conglomerado. Já a segunda aborda toda a história do reinado mais longevo da história do Reino Unido: da Rainha Elizabeth II.
Uma série de TV tem como principal propósito entreter, mas é impossível negar que sempre tiramos uma lição ou outra de qualquer coisa que assistimos. Quando o assunto é sucessão então – seja de um conglomerado ou de um trono – as reflexões que elas nos causam podem nos trazer uma luz ainda maior sobre os passos que precisamos tomar para que as próximas gerações prosperem, não é mesmo?
Então, fazendo alusão a essas duas séries – sem spoilers, garantimos – fazemos a pergunta: como está guiando a sucessão na sua empresa para as próximas gerações?
A premissa de Succession é simples, porém intrincada: um patriarca, que tem medo do grande fim da vida e insiste em não largar o osso da soberania de sua companhia, precisa escolher entre seus três filhos aquele que vai assumir as rédeas da empresa quando ele for.
Qual é a questão? O patriarca nunca treinou nenhum dos seus filhos para assumir cargo profissional nenhum, por isso mesmo, o que assistimos em tela é uma família inteira de pessoas imaturas e despreparadas se engalfinhando em disputas para assumir o posto.
Esta é a primeira lição que podemos tirar da série: o preparo correto dos sucessores. É muito importante que a principal pessoa na gestão da empresa coloque os descendentes na perspectiva e trabalhe no amadurecimento de cada um.
Dar autonomia para que o sucessor tome decisões e assuma riscos é um dos principais fatores de desenvolvimento do futuro gestor da empresa. Nenhum cargo de liderança deve cair repentinamente no colo de ninguém. Ao contrário: ele deve ser trabalhado continuamente. A liderança é um cargo de responsabilidade, e assim como diversas outras habilidades, nós aprendemos a ter responsabilidade a partir dos desafios que enfrentamos.
Durante seus 70 anos de reinado, 15 primeiros-ministros governaram o Reino Unido. Estes se encontravam semanalmente com a rainha Elizabeth para expor suas decisões para comandar toda a nação. Na série The Crown, vemos muito bem como a relação da rainha se estabelece com cada primeiro-ministro: enquanto o relacionamento fluía com alguns, com outros as desavenças eram mais estreitas.
Mas não importava a opinião pessoal, ela estava disposta a dialogar e nutrir um bom relacionamento. Isso porque, ela sabia que havia algo maior que os punha naquela mesma sala toda semana. Mais do que isso, ela estava disposta a mudar o que fosse necessário, seja na realeza ou em outros aspectos.
Essa maturidade para encarar as mudanças de peito aberto é um fator essencial para o sucesso de toda empresa, e é um traço importantíssimo para todo gestor possuir e, da mesma forma, passar para o sucessor – que também podemos ver na figura do rei Charles III, que desde que assumiu o trono já fez algumas modificações e reformas.
Quem assistiu às duas séries sabe que nada nelas se altera de uma hora para a outra, muito pelo contrário: todas as mudanças da trama acontecem com base em muito diálogo, debates e discussões. E note, quando uma decisão é tomada sem deliberação nas duas séries, ela se mostra um grande erro.
Ninguém lidera nada quando não há pessoas seguindo. E toda boa liderança é construída com base na confiança e respeito mútuo que, é claro, são traços conquistados ao longo do tempo. Quando é um sucessor familiar que assume a liderança, todos sentem uma certa desconfiança inicial, não é?
Mas quando o sucessor tem, por detrás da sucessão, um passado de experiências profissionais e a habilidade de ouvir outras opiniões, ele conquista seus colaboradores, consegue fazer muitas reformas e implementar as mudanças necessárias para fazer o negócio da família fluir!
Como vimos, é possível tirar vários insights sobre amadurecimento profissional de diversas fontes, até mesmo de séries televisivas. Porém, reforçamos que cada mudança se dá com base no diálogo, na concordância de ideias e, por fim, na prática diária e consistente de resiliência.
Para sua empresa inovar, ela precisa ter uma boa estratégia aliada a boas práticas de governança. Algumas empresas podem auxiliar sua empresa neste processo, como a Ora. Aqui, você pode fazer um diagnóstico detalhado sobre o momento em que sua empresa se encontra atualmente e, assim, pode pensar aonde quer chegar amanhã. Vamos juntos para o futuro?
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